Síndrome de fim de ano

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Amor no coração. Paz e harmonia pra todo mundo. Trânsito mais tranquilo. Décimo terceiro na conta. Sorriso de orelha a orelha. O comércio parecendo um formigueiro. SOLIDARIEDADE. Presentes. Votos. Promessas. Fogos de artifício e pá, depois da meia-noite, cabou, recolhe tudo e guarda numa caixa pro próximo fim de ano.
É a típica crise ou síndrome de final de ano, ou como queiram chamar. E é, na minha opinião, uma chatice. Pra um monte de gente, é a hora de pensar no outro, adotando, por exemplo, uma cartinha no correio. NOSSA! Palmas pra esse ser iluminado que ficou sentado de frente pra poltrona comendo doritos com coca-cola e se lixando pro resto do mundo durante 364 dias e resolveu tirar um dia pra adotar uma cartinha e acha que mudou o mundo. Isso mesmo, sem vírgulas. Amigo, sente-se e encare: você não fez nada, nem o mínimo, nem um terço, nem de longe um pedaço do que deveria estar fazendo por alguém.
Vivemos em sociedade, precisamos do outro, e é frustrante pensar que tão poucas vezes nos importamos com eles. Tudo bem que os gestos pequenos contam. Dar bom dia, pedir licença, dizer eu te amo, consolar alguém, abrir a porta pra uma pessoa que está carregando peso, ceder lugar pra um idoso. Mas isso não te faz salvador da pátria, embora te faça menos pior do que os que não fazem nada. Não é possível que as pessoas acreditem que sua parcela de contribuição para o mundo é adotar uma cartinha de natal que pede um caderno e um lápis. Por que sim, foi isso que eu ouvi de uma mulher hoje e fiquei abismada.
Longe de mim querer ser a redentora, a-que-faz-tudo-pelos-necessitados, porque de fato não sou assim. Aliás, me encontro entre aqueles que fazem pouco, mas pelo menos fazem. E que apesar disso, não se contentam com o pouco. Se tivesse condições para tal, eu adotaria muitas cartinhas, ajudaria muita gente, seria voluntária em hospitais, iria de encontro àquele que precisa desde uma oportunidade até um abraço, enfim. Oportunidades não faltam. Ainda mais pra uma mulher como a que eu vi, que tem a carteira transbordando e a hipocrisia, meus caros, mais ainda.

Ajudem. Ajudem o outro. Ajudem a si mesmos. Não só no fim do ano, mas em todos os outros dias. A vida não acontece só no natal e não muda só no ano novo. Você espera muito dessas datas, mas tenha certeza de uma coisa: elas esperam muito mais de você.

Pensem nisso!
Beijo

Lari

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